Estamos exactamente a meio da Queima das Fitas do Porto e portanto julgo ser oportuno explicar o que é para mim a queima.
Fora alguns, infelizmente poucos, concertos de qualidade a queima não é mais do que a transformação do ser humano num belo, mas pequeno, autocarro. Um autocarro que desliza (não desliza sempre depende dos dias e da enchente...) pelo meio da multidão de barraca em barraca parando para recolher cumprimentos de pessoas que só ve esporadicamente, trocando olhares e breves palavras por vezes carregadas de saudades outras apenas de cordialidade, pois os conhecimentos não são todos iguais... E o autocarro vai percorrendo o recinto da queima, enquanto o tempo passa, parando numa ou outra barraca para 'encher o depósito' (vulgo beber!), barracas essas escolhidas a olho pois o objectivo principal de toda a gente é beber o máximo com o menor custo possível. Claro que nem todos somos iguais e há quem prefira passar a noite 'estacionado' junto a uma barraca de alguém conhecido apenas a 'encher o depósito' indefinidamente, saindo apenas por momentos para verter os excessos de variadas formas em variados locais. Mas eu prefiro mesmo andar às voltas a re-encontrar velhos conhecidos ou amigos perdidos com o tempo pois está mais que provado que é impossível manter o contacto frequente com todos quantos se conhece ao longo da vida, então há que aproveitar estes ajuntamentos para matar saudades e claro beber uns copitos, para lavar a alma!
Simão
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